Introdução à Dança

A dança, arte de movimentar expressivamente o corpo seguindo movimentos ritmados, em geral ao som de música, é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se tanto pelos movimentos previamente estabelecidos (coreografia), ou improvisados (dança livre). Pode existir como expressão artística ou como forma de divertimento. 


O surgimento da dança se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão. Com o passar do tempo, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que seriam capazes de criar outros ritmos, conciliando os passos com as mãos, através das palmas.

No Egito, por volta de 2000 a.C., dançava-se em homenagem aos deuses. Na Grécia Clássica, a dança era relacionada aos jogos olímpicos. 

Os tratados sobre dança surgiram a partir do século XVI. Cada país europeu criou suas próprias danças. Primeiro eram coletivas, depois foram adaptadas aos pares. No século XIX começaram a aparecer danças mais sensuais, como o maxixe e o tango. Assim como vários outros aspectos culturais, a dança foi se transformando na proporção em que os povos foram se misturando.

DANÇAS FOLCLÓRICAS

As danças sempre foram um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são realizadas, geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.

Principais danças folclóricas do Brasil

Samba de roda: Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados.


Maracatu: é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens históricos (embaixadores, duques e duquesas, reis e rainhas). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás).


Frevo: este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito acelerada, que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo usam, geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico.
  

Baião: ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos parecidos com o do forró (dança com corpos colados). O grande representante do baião foi Luiz Gonzaga.


Catira: é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás e Mato Grosso. Os instrumentos utilizados é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos.


Quadrilha: é uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma coreografia especial. As músicas de festa junina mais conhecidas são: “capelinha de melão”, “pula fogueira” e “cai,cai balão”.


Principais danças folclóricas de Sergipe 

Reisado – dança do período natalino em homenagem ao nascimento do menino Jesus. A "brincadeira" começa em dezembro e vai até fevereiro, antes da quaresma, quando se realiza o "enterro do boi" (artefato que imita a figura do boi), que só é desenterrado dias antes do período de dançar.


Bacamarteiros: tradição do município de Carmópolis/SE. Os Bacamarteiros comemoram a noite de São João (24 de junho) com dança, música e muitos tiros de bacamarte (espécie de rifle artesanal). O grupo é composto por mais de 60 participantes, entre homens e mulheres. As mulheres trajam chapéu de palha e vestido de chita, dançam sempre em círculo, enquanto os homens, que ficam atrás, vão disparando tiros de bacamarte, de acordo com o desenrolar da dança.


Pisa-Pólvora: uma dança folclórica popular, com forte expressividade no município de Estância/SE. A finalidade maior do Pisa-Pólvora é preparar a pólvora para as sensacionais batalhas de busca-pés e para os barcos de fogo, abrindo os festejos juninos da cidade. 


A dança é realizada em torno de um pilão, onde estão colocados o enxofre, o salitre e o carvão, substâncias utilizadas no preparo da pólvora. Homens e mulheres costumam participar, vestidos à moda caipira, cantando e dançando ao som de ganzás, tambores, triângulos, reco-reco e porca.

O ritual é uma herança dos tempos da escravidão; os negros costumavam realizar as tarefas, dançando, pisando forte no chão e tirando versos de improviso.

Samba de Coco

Dança de roda de origem africana ligada à formação de quilombos, com influência indígena. Nascida nos canaviais nos momentos dos pequenos descansos que intercalavam as extensas jornadas de trabalho, essa forma de diversão escrava chegou até as senzalas. Todas as formas de samba vêm de uma única raiz: o batuque africano, introduzido no Brasil colônia pelo africanos. 


A denominação “batuque” foi atribuída genericamente pelos portugueses a todas as danças de negro na África. No final do século XIX, o samba foi considerado indecoroso e indecente, por ser uma dança lasciva, que tem a inclusão, principalmente, da umbigada (passo coreográfico e sensual que indica a entrada de outro dançador na roda). 

O samba de coco é o que chama-se de samba-dança de trabalho pois foi uma força estimuladora em dias de construção e trabalho dos negros. Dançava-se o coco em dias em que o mutirão se reunia para construir casas de taipa e a festa-trabalho começava. Homens, mulheres e crianças, cantando e sambando o Coco, se dividiam em grupos e cada um executava uma tarefa: pisar o barro, fazer os bolos de barro, colocá-los na parede (quadrante previamente feito com as estacas e ripas amarradas com cipó), fazer o almoço e carregar água para moldar o barro.

Acorda vem ver: o mais tradicional grupo folclórico de Malhador, é uma manifestação artística que reúne cantos e versos em suas apresentações. Idealizado pelo saudoso João Piloto, faz festa nas ruas da cidade nos dias 31 de maio.


Às 00h do dia 1º de junho, a população segue cantando e dançando de casa em casa, até o sol raiar ao som da tradicional música: “Acorda vem ver, vem ver ‘acordação’, acorda Malhador que é o primeiro de São João".

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